Durante todo o trajeto percorrido Murilo fica tenso com uma
cara estranha. Então pergunto por que ele estava com aquela estima:
_Ei cara, por que essa cara?
Murilo me responde:
_Eu tenho medo de tudo que tá acontecendo, tenho medo desse
novo eu, tenho medo de machucar as únicas pessoas que tenho ao meu redor ainda.
Eu não sabia o que dizer então Wellington tenta consola-lo:
_Enquanto eu estiver vivo, não deixarei que nada aconteça com
você, e não deixarei que machuque nenhum de seus amigos.
Ele olha para o chão e em seguida olha para Wellington e sua
expressão muda, ele sorri e diz:
Meus únicos amigos que tenho são vocês, promete pra mim que
se um dia eu ficar agressivo e tentar machucar qualquer um, vocês vão me parar,
não importa como?
Wellington aceita sua promessa, mas eu não consegui
simplesmente aceitar (quando eu faço uma promessa eu levo a sério, pois eu era
meio religioso) e disse:
_Eu farei de tudo pra não ter de machuca-lo, e outra, você não
ficará agressivo, afinal, a Tardja ajudará com qualquer duvidas, e dará dicas
pra que não aconteça, não é mesmo?
Tardja tem sua resposta afirmativa, mais pude notar que
estava mentindo, pois havia gaguejado e estava um pouco trêmula ao responder.
Ignorei qualquer resposta, pois sabia que algo ruim
aconteceria mais cedo ou mais tarde, mais não fiquei com aquilo na cabeça, pois
eu estava disposto a ajudar com todas as forças se acaso viesse o pior.
Aquele ambiente estava muito pesado, precisava descontrair,
então liguei o som do carro, não aguentava mais aquele silencio perturbador.
Estava tocando uma musica que nós adorávamos “Before i Forget” da banda
Slipknot, nós ficávamos fingindo ser os componentes da banda, e ficávamos imitando-os
com aquelas suas mascaras, então comecei a cantar do meu jeito, então todos
começaram a rir e aquele clima pesado saiu, então minha ideia havia dado certo,
o ambiente já estava mais tranquilo, mais ainda não havia cumprido minha
missão.
Passaram-se algumas horas, já estávamos cansados de seguir
aquela trilha, mais era nossa única esperança de alcança-los, senti que estávamos
perto, pois novamente consegui sentir seu cheiro, Wellington pisou fundo, até
que a trilha morria em uma caverna, em volta dessa caverna tinha algumas
árvores, e algumas plantas que não era de costume crescerem naquela região,
aquele solo não era muito árido, parecia terra seca, notei também que havia
grandes pegadas no chão, que nos levavam à caverna, sabíamos que teríamos de
entrar, e todos juntos com força total, não sabíamos o que nos esperava, então seguimos
com força total, o carro foi deixado do lado de fora, a passagem era estreita.
Logo na entrada da caverna tinham lampiões pendurados na parede, como se fosse
um esconderijo do qual estava lá ha tempos, o local era muito quente, apesar
que meu corpo era constantemente quente, e conforme andávamos tinha a impressão
de estar descendo cada vez mais. Não sabia se notaram nossa presença então
andamos vagarosamente e com cautela.